segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Opinão, de Jorge Pena Simão

"Não gosto de blogues. Pode ser birra minha, mas não gosto e pronto.

O blogue é uma ferramenta sensacional em que qualquer um de nós pode exprimir o que lhe vai na alma e publicar para que todos possam ler, seja em post ou em jeito de comentário, mas têm um senão. É demasiado impessoal e propenso a injurias, calunias e faltas de bom senso. Sentados em frente a um teclado e um monitor os cibernautas e no calor da discussão, esquecem o civismo e muitas vezes vão além do limite. Quando um pedido de desculpas era necessário, não há a quem pedir pois o visado não está á nossa frente e por muito que depois se escreva o mal está feito. É a frieza da internet.

Quando pus um link na página que administro e que direccionava para este blogue, tive o cuidado de alertar para essa situação. Espero que não me engane ainda mais.
O acesso á Matriz (recuso-me a chamar-lhe rampa, ponte, passadiço etc.) teve uma coisa boa. Pôs toda a gente a discutir a Póvoa. Uns porque não gostam do acesso, outros porque gostam e acham bem e ainda outros como arma de arremesso politico. Há até quem tenha opiniões muito peculiares como uma expressa no jornal Alto Alentejo de 22 Agosto. Diz o Presidente da Direcção de uma das Instituições da nossa terra no citado Jornal e em relação ao acesso á Matriz: “na minha opinião o projecto final é bonito, no entanto não gosto da igreja”. Isto de agradar a gregos e troianos não é fácil.

Agora recuso-me a aceitar que essa discussão sobre a Póvoa acabe quando a polémica cessar. A Póvoa deve ser discutida em todas as suas vertentes e sei que há Povoenses capazes de assumir essa tarefa, seja no plano sócio – cultural (a festa deste ano foi um exemplo brutal de organização e empenho) seja no plano político. A vida da Póvoa não se resume a um acesso á Igreja Matriz, temos que a ter sempre presente nas nossas discussões.
Pela minha parte e não residindo eu na Póvoa, procuro divulgar a minha terra da melhor maneira que posso e sei e já diz o ditado, “ quem faz o que pode……”

Saudações cordiais

Jorge Pena Simão

http://povoameadas.com.sapo.pt"

Net em baixo - Nota editorial

O péssimo serviço de internet neste país de planos tecnológicos levou a que, por dias sem fim, este blogue não fosse actualizado. Fica o pedido de desculpas aos leitores.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Presidente da Câmara acusa Padre Isidro de boicotar a obra









Acta nº. 15/07
Reunião Ordinária da Câmara Municipal
de Castelo de Vide, realizada no dia
01 de Agosto de 2007


"De seguida disse o Senhor Presidente só ter tido conhecimento do abaixo-assinado nesta reunião, embora já tivesse ouvido alguns comentários. Esclareceu que o processo da rampa se iniciou em Maio de dois mil e cinco, a pedido do Senhor Cónego conforme o atestam as duas cartas que recebeu enviadas pelo Senhor Cónego Isidro, em seu nome pessoal, e em nome dos habitantes de Póvoa e Meadas.

Em virtude de ter tido conhecimento desses comentários, solicitou uma reunião ao Senhor Bispo de Portalegre e Castelo Branco. A mesma ocorreu no Paço Episcopal de Portalegre, onde ficou decidido que a obra de colocação da rampa iria ser concluída após ter explicado todo o desenvolvimento do processo.

Considerou dar prioridade aos direitos e qualidade de vida dos idosos conjugados com a estética do edifício, lembrando que a Diocese deu o seu parecer favorável ao projecto. Lamentou o facto do Pároco daquela Freguesia ter cortado a luz, para que a obra não prosseguisse, quando foi o mesmo que em nome da população pediu a realização desta obra. "

(excerto)

Texto completo sobre Póvoa e Meadas

Excerto completo da minuta da reunião de Câmara no que concerne ao assunto da "Rampa de acesso à Igreja de Póvoa e Meadas"

“ RAMPA DE ACESSO À IGREJA DE PÓVOA E MEADAS – ABAIXO-ASSINADO

Leu o Senhor Vice-Presidente o preâmbulo do Abaixo-assinado que deu entrada nestes serviços no passo dia vinte e sete de Julho:

“Vimos pedir, encarecidamente, a Vossa Excelência, o favor de reconsiderar o assunto da rampa de acesso à igreja de Póvoa e Meadas. A maneira como está a ser construída está a acusar grande descontentamento e, até revolta, entre a população, porque fere, muito, a sensibilidade das pessoas e prejudica, grandemente, a estética da igreja. E a opinião geral é que o adro seja restituído à sua traça original. Depois se estudará outra modalidade de resolver este caso e, sem encargos financeiros para a Câmara Municipal.

“Nós, os subscritores deste pedido, partilhamos deste descontentamento e desta sugestão e, por isso, nos dirigimos confiadamente, a Vossa Excelência, na esperança de sermos atendidos.”

Após a leitura do referido preâmbulo, perguntou o Senhor Vereador Fernando Valhelhas qual é o seguimento que a Câmara Municipal vai dar a este documento, ao que o Senhor Vice-Presidente respondeu que a obra está a ser executada com autorização do Senhor Bispo e suportado com um projecto técnico, elaborado com a colaboração de um arquitecto natural e residente em Póvoa e Meadas, que conhece bem o espaço, e até faz parte dos Corpos Sociais do Lar daquela Freguesia, pelo que conhece, no terreno, as dificuldades da população.

Referiu que a Câmara mais do que questionar a estética deve visar a questão funcional desta acessibilidade.

Acredita que a obra, uma vez terminada, ainda vai ser aceite pela população, porque já se viveram situações parecidas, que foram objecto de comentários menos positivos na comunicação social e na população em geral, e que acabaram por ser aceites.

Esclareceu o Senhor Vice-Presidente que o projecto inicial teve que ser ajustado às normas previstas no Decreto-Lei número cento e sessenta e três, barra, dois mil e seis, de oito de Agosto, que tem por objecto a definição das condições de acessibilidades a satisfazer no projecto de construção de espaços públicos, equipamentos colectivos e edifícios públicos e habitacionais.

Referiu que a promoção da acessibilidade constitui um elemento fundamental na qualidade de vida das pessoas, sendo um meio imprescindível para o exercício dos direitos que são conferidos a todos os membros da sociedade, contribuindo para uma maior participação cívica daqueles que integram os núcleos populacionais, neste caso de Póvoa e Meadas onde a maioria dos residentes são pessoas idosas, com mobilidade reduzida.

Continua a entender que é da mais elementar justiça respeitar o trabalho dos arquitectos, que elaboraram este projecto com dedicação - e até carinho -, bem como ir ao encontro daqueles que são minoria e que ainda ninguém quis ouvir, isto é, os deficientes motores, os idosos e outros de mobilidade condicionada.

Sempre defendeu que a Autarquia se deve primar pelo essencial e não pelo superficial, pelo que deve adequar os edifícios de utilidade pública com as condições de acessibilidades para todos os utentes.

A toda esta explanação do Senhor Vice-Presidente, respondeu o Vereador Fernando Valhelhas que com esta obra o adro fica cortado ao meio, o que em nada favorece a traça do edifício.

De seguida disse o Senhor Presidente só ter tido conhecimento do abaixo-assinado nesta reunião, embora já tivesse ouvido alguns comentários. Esclareceu que o processo da rampa se iniciou em Maio de dois mil e cinco, a pedido do Senhor Cónego conforme o atestam as duas cartas que recebeu enviadas pelo Senhor Cónego Isidro, em seu nome pessoal, e em nome dos habitantes de Póvoa e Meadas.

Em virtude de ter tido conhecimento desses comentários, solicitou uma reunião ao Senhor Bispo de Portalegre e Castelo Branco. A mesma ocorreu no Paço Episcopal de Portalegre, onde ficou decidido que a obra de colocação da rampa iria ser concluída após ter explicado todo o desenvolvimento do processo.

Considerou dar prioridade aos direitos e qualidade de vida dos idosos conjugados com a estética do edifício, lembrando que a Diocese deu o seu parecer favorável ao projecto. Lamentou o facto do Pároco daquela Freguesia ter cortado a luz, para que a obra não prosseguisse, quando foi o mesmo que em nome da população pediu a realização desta obra.

Quanto ao abaixo-assinado respeita-o, enquanto opinião dos seus subscritores mas não pode deixar de reconhecer que quem o assinou, decerto não necessita deste equipamento, nem sabe, o que é viver junto de pessoas com necessidades especiais, nomeadamente com mobilidade condicionada.

O Senhor Vice-Presidente terminou informando, que em seu entender, e em resposta ao Senhor Vereador Fernando Valhelhas a Câmara vai manter a posição, concluindo a obra. Se se chegar ao fim e a mesma não estiver de acordo com os anseios de toda a população, corrigir-se-á o que for necessário corrigir. Não há nenhum braço de ferro com ninguém. Irá ser comunicado à Fábrica da Igreja o ponto da situação, bem como ao cidadão anónimo que também deu algum contributo para que esta obra fosse uma realidade.

Também o Senhor Vice-Presidente não quis deixar de manifestar o seu total repúdio pelo facto do Senhor Professor Joaquim Canário ter subscrito este abaixo-assinado, pessoa que esteve oito anos à frente desta Autarquia podendo ter feito parte da solução do problema, e que agora aparece neste género de acto que sempre rejeitou. A memória é mais uma vez demasiado curta quer para o senhor ex-presidente Joaquim Canário, quer para o senhor ex-vereador Joaquim Belo.

A este assunto referiu o Senhor Vereador António Soldado que concorda inteiramente com a explicação do Senhor Vice-Presidente. Entende que a população deve ser esclarecida e deixar-se concluir a obra, para se ver se é ou não uma aberração, caso seja, a Câmara deverá estar receptiva à retirada da dita rampa.
----------- A Câmara tomou conhecimento.”

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Grincho Ribeiro diz que quem assinou abaixo-assinado não sabe o que são pessoas com necessidades especiais


Extraído da última acta de reunião de Câmara:
" Quanto ao abaixo-assinado [o Senhor Presidente] respeita-o, enquanto opinião dos seus subscritores mas não pode deixar de reconhecer que quem o assinou, decerto não necessita deste equipamento, nem sabe, o que é viver junto de pessoas com necessidades especiais, nomeadamente com mobilidade condicionada. -----"
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.EM ACTUALIZAÇÃO
.
(o blogue povoaemeadas agradece à fonte que remeteu amavelmente o texto da acta)

Correio dos leitores.

"Entrei agora no blog sobre a ponte ou rampa, como lhe queiram chamar, estive a ler tudo o que está postado, desde as actas, os esclarecimentos, as opiniões, pelo que vi umas mais sérias que outras e posso dizer que tudo bem, quer sejam contra ou a favor, desde que haja respeito acima de tudo, é preciso é mais movimento nem que seja na Net. Por acaso vi um comentário que a Póvoa já não era tão falada desde quando perdia sempre. Pois é, mas olhem que a culpa não era do treinador, que acabou a época, não é como na 1ª Liga que ainda já mal começou e é o que se vê.

Bem para aqui interessa é a ponte, ora bem se já gastaram o dinheiro dos contribuintes, (na parte de Mão de Obra), naquela que lá está, por amor de Deus, não gastem mais a desmanchar, nem vão pedir ao Dr. João, porque ele já fez a boa acçao dele e ainda por cima tem que aturar estes testes pré-eleitorais todos.

Foi preciso a boa vontade deste nosso conterrâneo, que muito admiro pela forma como ajuda toda a gente na Póvoa e pela sua simplicidade e simpatia, para que a obra avançasse. Tudo bem talvez pudesse ser de outra forma,mas pelo que fui informado na última Assembleia de Freguesia, de que faço parte o projecto que tinha sido aprovado em 2005 (salvo erro), já não cumpriria todos os aspectos legais, e que este projecto que está a ser executado era o único que estava aprovado e em condições de avançar, (não está aqui a questão se era bonito ou feio). Se estava pronta para começar, sendo a CM que ia fazer a Obra, acredito que estava tudo dentro da legalidade e acordado com Diocese e o de mais necessário. Corrijam se estou errado.

Só para terminar quero pedir para que não derrubem a rampa, nem a andem a enfeitar com peixinhos e barquinhos,porque senão qualquer dia vêm outras pessoas a reevidicar um muro para fazerem grafites, porque tqmbém querem brincar.

Já agora digam o que quiserem da Rampa mas não me lixem com essa história dos intervalos entre as tábuas e das bengalas (que não são tábuas). Passei lá hoje de manhã, como o meu cão, que parece um porta chaves e ele não consegui enfiar as patas nas frinchas. posso garantir que as patas do cão são mais finas que as bengalas que habitualmente vemos em uso na Póvoa. Se alguém usar uma bengala que caiba ás boas nas frinchas, posso garantir que terá mais problemas antes de chegar à rampa, por causa dos intervalos na calçada.

Luis Marques
(Matxula)"

Passe a palavra


(carregue na imagem para ver melhor)

A maioria esmagadora das visitas deste site vem de Lisboa. Bem sabemos que, muitas vezes, quem mais livre se sente para dar opinião é quem ama a terra de longe.

Nada de mal nisso. Mas seria muito interessante que as pessoas que vivem a e na Póvoa tivessem aqui uma palavra a dizer.

Por isso, peço a todos que façamos um esforço para levar os povoenses a ver este site e a opinão, criticar, sugerir.

Esta imagem é retirada do Google Analytics, ferramenta gratuita, pública e livre que ajuda a compreender o tráfego dos sites e blogues.

Acta de 6 de Dezembro de 2006

"(...)---------- Informou o Senhor Presidente que dos projectos que iria elencar a seguir, alguns aguardam possibilidade de candidatura, destacando alguns projectos de acção, a saber: (...) passadeiras de lagetas no Centro Histórico e acessibilidades na via pública para deficientes; construção da rampa de acesso à Igreja Matriz de Póvoa e Meadas; (...) valorização da Torre do Relógio de Póvoa e Meadas; requalificação do pátio do Lar da Terceira Idade de Póvoa e Meadas; (...), pavimentação da estrada de ligação a Póvoa e Meadas;"

E ainda na mesma acta:

"RAMPA DE ACESSO À IGREJA DE PÓVOA E MEADAS -------------------------- ---------- Congratulou-se o Senhor Vereador António Soldado pelo facto de no documento referente ás Grandes Opções do Plano hoje aprovadas, constar a execução de uma rampa de acesso à Igreja de Póvoa e Meadas, solicitando que seja também executada uma rampa idêntica na Igreja de Santa Maria, sendo que os Castelovidenses têm os mesmos direitos dos Povoenses. -------------------------------------------------------------------------------------------------
---------- Informou o Senhor Vice-Presidente que há a intenção de executar essa obra, embora já exista uma estrutura movível para o efeito. ---------------------------------------------- ---------- A Câmara tomou conhecimento. ------------------------------------------------------------ "


Pergunta: o que é e onde está a "estrutura movível para o efeito"?

Citação: "(...) sendo que os Castelovidenses têm os mesmos direitos dos Povoenses."

A acta pode ser consultada carregando AQUI

Financiador incomodado com a obra

"Dr. João Magro confessa pagar a rampa mas não se revê na opção arquitectónica
O médico João Magro foi quem assumiu pagar a obra da rampa da Igreja da Póvoa. E por isso mesmo o "Alto Alentejo" fez questão de ouvir este homem que é desde há muito um verdadeiro povoense em todos os sentidos positivos da palavra.Pagou do seu bolso a rampa por que a obra "não avançava mas fazia falta às pessoas". Diz que não conhecia o projecto e parece incomodado por ter involuntariamente contribuído para a polémica "quando pensava que estava a fazer o melhor".Confessa ainda o conhecido cirurgião, sem medo das palavras, que não se revê na actual opção arquitectónica. © JRR/NCV"

Texto retirado do blogue Notícias de Castelo de Vide

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Sobre a terminologia "ponte" e "rampa"

Diz o dicionário UNIVERSAL da Texto Editores:

"ponte
do Lat. ponte,

s. f.,
construção que liga dois pontos separados por curso de água ou por uma depressão de terreno;
(...)

fig.,
ligação;
comunicação;
contacto.
ligação;"

---------------------

"rampa
do Fr. rampe

s. f.,
ladeira;
declive;
plano inclinado;
inclinação;
ribalta;
palco."

---------------------

Ora, é neste caso claro que, etimologica, semântica e semiologicamente, "ponte" é mais correcto que "rampa", uma vez que a "rampa" instalada se insere num todo, que é uma "ponte".

Acta da reunião de Câmara sobre a ponte

.

O Vice-Presidente da Câmara Municipal de Castelo de Vide afirmou em acta, Na Acta nº3 de 2006, disponível para consulta pública, o seguinte:


"---RAMPA DE ACESSO À IGREJA DE PÓVOA E MEADAS ---------------------------- ---------- Sobre este assunto, deu conhecimento o Senhor Vice-Presidente, que o projecto consiste na colocação de uma passadeira de madeira, de maneira a vencer o declive das escadas, para assim facultar o acesso à Igreja por parte das pessoas idosas e eventualmente com algumas limitações físico-motoras. ------------------------------------------ ---------- Referiu que a obra será feita por administração directa, uma vez que a mesma se encontra no espaço público. -------------------------------------------------------------------------- ----------A Câmara tomou conhecimento. ----------------------------------------------------------- "

A acta pode ser consultada carregando AQUI

Já agora, pede-se a quem saiba o que é "administração directa" que explique. Por aqui conhece-se o termo "ajuste directo".

No entanto, aqui vai uma definição legal de "ajuste directo":

"O “ajuste directo”, consiste na aquisição directa a um locador ou fornecedor de bens e serviços, sem necessidade de formalidades, basta que haja uma autorização para adopção do procedimento, uma autorização para a adjudicação e uma autorização da despesa. Significa isto que o ajuste directo não implica a consulta a vários fornecedores ou locadores de bens ou serviços, basta contactar uma entidade.

A lei prevê (alínea a) do nº3 do artigo 81º) que se pode recorrer ao ajuste directo quando o valor do contrato seja igual ou inferior a 4.987,98 € (regime normal).

Contudo, o diploma recomenda que, para despesas iguais ou inferiores a 4.987,98 €, se deve “preferencialmente” e desde que o valor o justifique, adoptar o procedimento com consulta prévia a pelo menos, 2 locadores ou fornecedores (nº 4 do artigo 81º) ou proceder à negociação das propostas.

Assim, mesmo para despesas = 4.987,98 €, se a decisão da escolha do procedimento for no sentido da realização da consulta, terão que se aplicar as formalidades do “procedimento com consulta prévia”. "

Este texto foi retirado de: Guia Prático de Aquisição de Bens e Serviços, editado pela Câmara Municipal de Bragança, citando leis da República e conforme normas vigentes. Pode consultar o guia carregando AQUI

Arquitecto da Igreja acusa: "Rampa é uma coisa pavorosa"

"As críticas continuam em Póvoa e Meadas no que toca à rampa recentemente instalada na escadaria da Igreja de Nossa Senhora da Graça. Denominada na povoação como "Ponte Seca", "Ponte do Rio Kwai" ou "Manga da Póvoa", o novo equipamento, construído para facilitar o acesso de deficientes motores e idosos à Igreja Matriz da Póvoa tem sido, nos últimos tempos, o motivo de grande parte das conversas. No geral, a opinião dos povoenses é de desagrado, o que levou mesmo a que começasse a circular na Póvoa um abaixo-assinado, que já conta com muitas assinaturas, exigindo à Câmara Municipal de Castelo de Vide a retirada da rampa metálica e a construção da mesma seguindo o projecto aprovado em 2005.


Apesar de tudo indicar que a rampa metálica que agora se encontra na escadaria da Igreja de Póvoa e Meadas já não será retirada, os habitantes não deixam de se manifestar e de exigir a sua retirada. "Esta rampa poderia existir, mas não assim", uma vez que "vem destabilizar a arquitectura da Igreja", defende Elisa Pimpão para quem o equipamento "não tem jeito nenhum". Na sua opinião "as pessoas deviam-se unir para tirar isto daqui", porque "devem-se fazer melhoramentos para a terra mas não deste tipo". A mesma opinião é partilhada por José Maria Fidalgo que considera que a rampa agora construída "torna-se feia por ser tão grande" e por isso defende que "devia ser mais pequena", porque "por ser tão comprida estraga um pouco a estética do largo que era bonito". No entanto, "e agora que o mal está feito", José Maria Fidalgo manifesta que "não se deve desmanchar porque se vai gastar mais dinheiro".
Chamando o novo equipamento de "mamarracho", Simão Gaspar manifesta-se contra porque "apesar de não ser arquitecto considero que havia outras formas de construir a rampa". Foi por esta razão que Simão Gaspar confessa que decidiu colocar o seu nome no abaixo-assinado que agora está a circular por Póvoa e Meadas.

Outra das vozes da discórdia é a do Cónego Isidro de Oliveira, actual pároco da Freguesia. Recordando que o projecto aprovado "era diferente do que aqui se apresenta", o Cónego salienta que "isto chegou ao ponto a que chegou e as coisas agora estão com a Câmara e a Autoridade Diocesana". No entanto, mostra-se contra a rampa porque "este projecto nunca me foi apresentado e à Diocese também não".

Falando das diferenças existentes entre os projectos, Isidro de Oliveira, pároco da Póvoa há 54 anos, conta que a base da rampa então desenhada era feita em alvenaria e depois forrada a granito, além de que apesar de se situar no mesmo local onde está a ser feita a intervenção de agora, integrava-se bem na escadaria. O Cónego conta ainda que o Bispo D. José Alves apresentou depois uma outra sugestão na qual "não se mexia no adro da Igreja. Fazia-se uma pequena rampa à entrada da porta lateral que dá acesso à sacristia que comunicava com a Igreja por um corredor largo", rampa essa que seria de madeira e que poderia ser fixa ou amovível. "Era algo mais simples e mais barato", salienta.

Confessando que "fiz tudo o que podia para que isto não avançasse", Isidro de Oliveira conta que a reacção do povo "não foi forçada mas espontânea". Segundo defende, a actual estrutura "briga com todo o espaço envolvente da Igreja", além de que "o largo foi-nos inviabilizado" e "dá mais dificuldade de acesso à sacristia".

Apesar de a maioria da população da Póvoa se manifestar contra a rampa agora construída, existem também outras pessoas que aceitam e até a defendem. Falamos por exemplo de Manuel Flores Caixado que considera que "não está mal", sendo que "depois de estar pronta acho que ficará bem, apesar de haver quem ache o contrário". José Pação Melato é outro dos habitantes que não se opõe a esta rampa. "Sou a favor por duas razões", começa por contar, avançando que a primeira se prende com o facto de a Igreja, sendo um edifício público, "obrigatoriamente tem de pensar nas pessoas com deficiências" e portanto "era de facto um equipamento que faltava para que as pessoas com deficiências pudessem dirigir-se à Igreja para assistir aos actos religiosos". Em segundo lugar, José Pação Melato defende que "esteticamente a rampa não está de facto tão mal como algumas pessoas dizem". Lembrando que recentemente este problema da construção da rampa foi apresentado em reunião da Assembleia de Freguesia por um elemento da população, o povoense conta que nesse dia a vereadora Ana Júlia mostrou o projecto e toda a documentação entre a Igreja e a Câmara Municipal. "E o projecto é na minha perspectiva bonito quando for concluído, e por outro lado penso que esta é uma rampa moderna", frisa, acrescentando que "eu só conheci este projecto e não outro e a mim não me choca nada por-que aquilo nem é via pública, mas sim um acesso privado da Igreja".

Arquitecto da Igreja contesta rampa metálica

O arquitecto Manuel Tierno Bagulho, autor do projecto da Igreja de Nossa Senhora da Graça, contactado pelo Jornal Fonte Nova, revelou não ter sido contactado e desconhecer completamente a "obra" de acrescento de uma rampa de acesso que ali está em curso. "Estranhei muito que ninguém me tivesse contactado a não ser duas pessoas muito simpáticas, uma das quais o director do Fonte Nova que me mandou ainda algumas fotografias daquele "mamarracho" incrível", confessa. Apesar de ainda não ter conseguido falar com a Câmara e com o Bispo, o arquitecto já entrou em contacto com o Cónego Isidro de Oliveira.


Encontrando-se agora a par da situação, defende que "não se pode mexer numa coisa que tem um autor sem lhe dizer qualquer coisa". Após conseguir estabelecer os restantes contactos, Manuel Tierno Bagulho revela que haverá a necessidade de "embargar a obra e obrigar a pôr aquilo como deve de ser", além de que "vou estudar uma solução para resolver o problema das pessoas, na medida em que considero que há várias soluções". Considerando que a actual rampa é "horrível", "não tem sentido nenhum", "é uma coisa pavorosa" e "não se enquadra", avança que algumas das soluções poderão passar por colocar junto à parede da torre uma cadeira para fazer subir uma espécie de elevador; ou um elevador de estrada, ou uma rampa diferente da actual.

Para esclarecer esta situação da construção da rampa metálica, tentámos entrar em contacto com a Câmara de Castelo de Vide e com o Bispo D. José Alves, sendo quer apesar das várias tentativas, não nos foi possível obter qualquer reacção até ao fecho da edição.
As saudades do Alentejo


Nascido em Elvas, Manuel Tierno Bagulho confessa que depois de casar começaram a aparecer os filhos, num total de 10. Considerando que "devia pagar o meu contributo a Elvas", o arquitecto decidiu vir para a cidade raiana durante dois anos, uma data que acabou por se prolongar por mais de 20. Pelo Distrito ficou um vasto conjunto de obras da sua autoria, uma das quais a Igreja de Póvoa e Meadas, construída em meados dos anos sessenta. Tudo aconteceu porque os filhos do conhecido pintor Jaime Martins Barata indicaram o arquitecto Manuel Tierno Bagulho para fazer o projecto.


Recordando que Henriqueta Fragoso foi quem pagou a obra, o arquitecto conta que o projecto da Igreja foi "fácil e difícil", além de que "nunca quis fazer nada sem falar primeiro com as pessoas para saber a sua opinião, em conjunto com o padre Isidro de Oliveira", pároco na altura na Póvoa. Apesar de não se recordar do tempo que levou a fazer o projecto, tem ainda na mente que "foram alguns meses", além de que "também era complicado", porque "desembocavam no terreno três ou quatro ruas, mas de qualquer maneira a Igreja foi construída".


Em 1972, Manuel Tierno Bagulho abandonou o Distrito de Portalegre, porque em 1969 tinha sido candidato à oposição em Évora, "de maneira que era impossível conciliar as coisas". Partiu depois para Lisboa "com uma mão à frente e outra atrás", mas depois "comecei a trabalhar e nunca ganhei tanto dinheiro na minha vida". Conta ainda que "até tinha projectado para a minha vida que ia visitar essas obras todas, mas não tenho pachorra", até porque conta já com 84 anos.
Encontrando-se agora em Lisboa, Manuel Tierno Bagulho confessa sentir saudades "de todo o Alentejo".


Catarina Lopes" , jornalista do Fonte Nova

domingo, 26 de agosto de 2007

Correio e resposta

Um leitor comentou que o piso da ponte é anti-derrapante que que não há perigo de ali escorregar ninguém.

Cito:

"O piso e anti-derrapante, logo como a palavra diz séra difil escorregar/derrapare pelo que vejo não parece caber lá nenhuma bengala para ser entalada.Faço uma pergunta´é daqueles ,que ainda não viu a rampa ao vivo, pois ,não e quantas vezes vai a igreja , devem -se contar pelos dedos de uma mão? Provavelmente assinou o protesto mas não vota cá pois não.E não se esqueça que provalvelmente se eu estiver enganada quanto ás vezes que frequenta a igreja , a rampa ainda lhe vai fazer falta e não se vai preocupar com a estetica.ZZ "

Aparte os comentários pessoais, que não interessam para o caso, duas imagens:















Esta demonstra o espaço entre tábuas. Como se pode ver, aqui cabe a extremidade de uma bengala ou mesco a esquina de umas canadianas.

A questão do piso anti-derrapante, que é de lei, aliás, nestes tipos de rampa, não resolve o problema deste espaçamento.

Mais: as pessoas não utilizam bengalas e canadianas em movimentos exactamente verticais. A 90 graus. Por isso, na inclinação natural do movimento, as bengalas podem mesmo resvalar para os espaços entre tábuas.

Mas há mais sobre a utilização da rampa: várias pessoas ouvidas durante a procissão deste Agosto confessaram que se sentem com vertígens. É natural que assim seja, pois a altur da rampa e a sua falta de enquadramento impede que as pessoas se sintam protegidas.

Quando ao medo de escorregar, basta falar com as pessoas que utilizam a ponte. Recorda-se que em dias de chuva as "tábuas" que compõem a rampa se tornam derrapante.









sexta-feira, 24 de agosto de 2007

ESCREVA AO PRESIDENTE!


Ninguem esta contra uma rampa de

acesso a Igreja de Povoa e Meadas.
Todos, sem excepcao, devem ter o direito
de participar nas cerimonias religiosas
que ali se dao. O que o as pessoas de
Povoa e Meadas nao podem aceitar e uma
obra que lhes impede o acesso ao
ancestral adro da Igreja. Porque o adro e
parte do patrimonio historico, cultural e
de fe de uma aldeia.
A obra e de facis desmontagem - e de
encaixe - e tira-la de la requer apenas boa
vontade e poder politico para o fazer. Mas
antes que a ponte da Povoa se transforme
em materia para guerra eleitoral, e tempo
de agir.
Foi feito um abaixo-assinado para o
Presidente da Camara, Grincho Ribeiro.
Sem resposta. Foi tentado, por diversos
canais, oficiais e oficiosos, que a ponte
saisse daquele local. Sem sucesso.
Ha dias, apareceram uns peixes de papel
pendurados na ponte. Primeiro sinal de
que a populacao da Povoa nao baixa os
bracos. A maioria parece nao querer
aquela obra. Quer outra, bem feita,
melhor, que nao apresente perigos
durante dias de chuva - perigos de
escorregar e cair, perigos de entalar uma
bengala entre as frinchas das tabuas.
Por isso, pedimos-lhe que ajude as
pessoas da Povoa a ter um acesso a Igreja
que faca justica a terra e a obra que ali esta.
Nao e uma teimosia. E um direito, ainda
para mais quando a Camara nunca
perguntou ao povo se ali queria aquela
ponte. E contra este tipo de autismo,
responde-se apenas com elevacao e
determinacao. Esta nas suas maos ajudar
quem precisa. E dar voz a que nao a teve.
Obrigado.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

A aldeia




"Nossa Senhora da Graça de Póvoa e Meadas é uma freguesia portuguesa do concelho de Castelo de Vide, com 73,62 km² de área e 696 habitantes (2001). Densidade: 9,5 hab/km².
Foi vila e sede de concelho entre 1248 e 1836. Era constituído por uma freguesia e tinha, em 1801, 742 habitantes.


Póvoa e Meadas é hoje uma pequena freguesia, a 12 quilómetros a norte da sede de concelho, Castelo de Vide, e a 15 quilómetros a Este da vila de Nisa.

A terra tem como pardoeira Nossa Senhora da Graça. As festas religiosas são a 15 de Agosto e as pagãs marcam-se, normalmente, para a terceira semana daquele mês.
Também é observada a festa de Santa Margarida, em Setembro.

A vila tem o seu centro no Rossio, pequeno jardim com coreto, no meio da localidade. Existe uma igreja matriz, datada do século XX, com arquitectura contemporânea, e quatro capelas. Ainda no plano religioso, Póvoa e Meadas tem um pároco residente.

Póvoa e Meadas possui um campo de futebol pelado, onde joga o clube local, uma praça de touros e vários equipamentos sociais:a Casa do Povo, explorada agora pelo rancho folclórico; um lar de terceira idade; um posto médico; um mercado de frescos."


Texto Wikipedia